segunda-feira, 25 de maio de 2009

PRIMÍCIAS

Vislumbro-a por inteira
Tudo nela é sedutor
Belo e apaixonante
Enlevado por doces momentos
O meu íntimo se despe de suas defesas
E a sensibilidade altaneira
Se deixa conquistar
Sereia de contos primaveris
A vida adquire amplitude
Sucumbo ante a euforia dos sentidos
A razão se assenhoreia da imaginação
As madeixas de seus cabelos
Emolduram formas delicadas
Suave presença
Magnífico ser
Na cumplicidade de nossos dias
Essa intimidade que nos arrebata
Parece remontar a tempos pretéritos
Páginas revividas
No livro existencial
Recapitulando histórias
No cenário atual
Nesse desabrochar
O sol adentra a casa
E a cada manhã
O fruto mais tenro
Servido no altar da natureza
O serpentear do rio entre os vales
O viço e o aroma das flores
Sua vida na minha
Tudo com sabor de primeira vez.

SEGREDOS ÍNTIMOS

Viajei nas paradisícas planícies
Inebriando-me ante a paisagem virginal
Preenchendo-me de suas formas
Um fogo abrasador
Alastra-se ao longo do percurso
Vertiginosa amplitude
Vida intensa
Magistrais momentos
Exalam-se aromas
A cadência ritmada
Alucinante e prazerosa
Revolvendo a terra
Em sensações de puro deleite
Fundindo os seres
Qual vulcão incandescente.

MORTE

A morte
Transposição do biológico efêmero
Ao efêmero anseio...
Da perpetuação das formas perecíveis
O nada?
O desconhecido?
A origem?
Continuação?
Evolução?
A morte
Morrer para viver?
Saber viver para morrer?
Perfectíveis homens
Inúmeras romagens
Em roupagens diferentes
Ao infinito
No finito momento
Da transitória imagem
À essência divina.

SONHOS DE VERÃO

Ao embalo de mim mesmo
Vejo o amanhã de nossos dias
Percebo-me feliz
Qual radiante sol
A despontar nas manhãs maldormidas
Alijando o véu noturno das incertezas
Das intempéries mal digeridas
Do cálice transbordante de outrora
Às insones esperanças
Visto-me de sobriedade
Nas lições reaprendidas
Em busca de mim mesmo
Ansiando o seu regaço
A proximidade de nossos corpos
A desaguar em nossos beijos
Na impropriedade de nossos desejos
A candura de nosso amor
O encaixe perfeito das formas
Esvaindo de nossas almas
Vertiginoso deleite
Dimensionando nossas vidas
Na voragem do momento.

ARAGEM

Em meus devaneios
Pairei ante os acontecimentos
Precedidos dos ventos
Visitas céleres
Outras vezes,cariciosas
Às portas de meus pensamentos
Na inquietude de meus desejos
A inadvertida presença do medo
A sanha viril do tempo
A empanar o porvir
Um cortejo de dramas ocultos
Em lágrimas já vertidas
Comoções interiores
De intensa atividade
E na sonoridade dos ventos
A esperança se adorna
De minhas melhores intenções
E o amor
Vitaliza expressões de fidelidade
À quem amamos
Onde a calmaria se despe
Da angústia da vontade perdida
A dor se perde pelo caminho
Inextinguível chama
Acossada por sombras do passado
No suceder de fatos marcantes
O entrelaçamento de nossas vidas
O coroamento de toda uma existência.

ANOTAÇÕES

Se a vida é movimento
Num fluxo de relações
Nossos olhares
Pontes
Abrigo seguro nos corações.

Amamos o cotidiano de nossas vidas
Onde aprendemos a viver
A todo instante
Emoldurando o existir
Sendo amado e amante.

Diante do horizonte que se descortina
Percebi você
Na vastidão das coisas
A tua beleza de menina.

Na amplitude do momento
A singeleza dos gestos
A temperatura ideal
O sentido de nosso relacionamento.